Masterclass de Órgão
Com o organista Ángel Montero Herrero, Professor do Conservatório Profissional de Música "Arturo Soria" de Madrid e organista titular da Catedral de Segóvia.
Os alunos terão a liberdade de escolher o repertório a trabalhar com o Professor. A modalidade de aluno ativo é voltada para estudantes de órgão de conservatórios e academias, com idade mínima de 16 anos. Também oferecemos a modalidade de ouvinte, aberta a todos os interessados em aprender mais sobre música de órgão.
Esta atividade será realizada no Auditório do Departamento de Comunicação e Arte da Universidade de Aveiro (DeCA), órgão de 2 teclados e pedal.
Conferência "Música para órgão ibérico:
uma visão do Séc. XVIII à atualidade"
uma visão do Séc. XVIII à atualidade"
Aberto a todos
O grande paradoxo do órgão ibérico é a desconexão entre a era dourada do repertório e da construção dos melhores instrumentos. Enquanto se reconhecem os grandes compositores peninsulares (Antonio de Cabezón, António Carreira, Francisco Correa de Arauxo, Manuel Rodrigues Coelho, Juan Cabanilles...) como os principais autores dos séculos XVI e XVII, a grande maioria dos instrumentos históricos preservados são do meio do século XVIII.
O que acontece com o repertório posterior? Há uma grande quantidade de música esquecida, mas que tem uma relação muito maior com esses órgãos do que o repertório ao qual estamos acostumados a ouvir em concertos. Apesar de ter havido grandes compositores que prestaram atenção ao instrumento em criar um repertório muito singular, a sua música hoje em dia é tocada apenas ocasionalmente.
Durante o século XIX, a organaria espanhola segue ainda a tradição "barroca" do meio registo e da ausência de pedaleira. Um bom exemplo disso é o Museu Orgânico Espanhol de Hilarión Eslava, onde se encontra uma música compilada para estes órgãos, bem como composições suas que poderiam ser tocadas em qualquer instrumento da Península. Mas ao mesmo tempo, na segunda metade do século, são adquiridos instrumentos franceses dentro do estilo romântico. A partir daí, o repertório começa a mudar (como acontece com os compositores do "Motu Proprio"), mas nunca se abandona a escrita para o formato mais tradicional do instrumento, o que persiste ainda em compositores da primeira metade do século XX, como Eduardo Torres.
Atualmente, após o auge do Orgelbewegung, surgem vozes que pedem um novo repertório para o enorme património de instrumentos históricos conservados. Embora tenham sido feitas algumas tentativas, o corpus de obras está longe da produção semelhante que ocorre em outros ambientes como a Holanda ou a Alemanha.
A questão que surge é uma pergunta à qual tentaremos responder: é mais "historicista" interpretar o repertório contemporâneo para órgãos históricos do que o repertório criado antes de se estabelecer o "paradigma" do "órgão ibérico"?
A conferência será apresentada em espanhol.