O órgão português foi uma tradição de construção desenvolvida no nosso país até à primeira metade do século XIX. Com muitas semelhanças ao órgão espanhol, é frequentemente referido como órgão ibérico.


🔸No órgão ibérico, o teclado é dividido em duas partes: uma para a mão esquerda e outra para a mão direita. Isso permite que um teclado possa não só ter uma sonoridade igual como também duas distintas, proporcionando maior versatilidade sonora. Esta inovação é conhecida como teclado partido.


🔹Outra característica dos órgãos ibéricos são as palhetas em chamadas - tubos em forma cónica localizados horizontalmente na fachada do instrumento. Introduzido por Fray Joseph de Echevarria, este registo confere uma sonoridade particular ao órgão ibérico.


🔸Os anuladores, por sua vez, constituem um sistema originário de Itália (tira-tutti), que permite desativar registos previamente selecionados através de pedais ou manípulos. Este sistema, que foi posteriormente desenvolvido em Portugal, permite que o organista faça mudanças rápidas sem retirar as mãos do teclado.


🔹Foto: Órgão da Igreja do dos Terceiros, Ponte de Lima